sexta-feira, 10 de julho de 2009

Viagens intranquilas

Quantas não são as queixas feitas pelos passageiros dos transportes de ônibus seja por assalto, falta de educação de motoristas e trocadores. Outro tipo de reclamação que alguns passageiros resolvem assumir é o caso do sujeito que entra no ônibius e acende o cigarro, não importando seja existe lei ou regra a ser cumprida, é um marginal. Existe também aquele tipo de reclamação quando o sujeito resolve ligar o radinho e ouvir, naturalmente como se ali estivesse sozinho, geralmente repertório que muitas pessoas não admiram, mas principalmente porque existe uma regra proibindo o uso de aparelhos sonoros no interior do coletivo. Nesse tipo de ocorrência, geralmente, nem o motorista ou o trocador(a) se manifestam sobre o assunto, então não resta ao passageiro incomodado tomar a decisão, muitas vezes temerária, de interceder no assunto: geralmente o infrator se enche de moral e fala com todas as letras que vai continuar a ouvir as lindas melodias.

Lei natural das espécies

Muito se fala que foi o Prefeito de Nova York na década de 90 quem resolveu o problema da criminalidade naquela cidade pela execução da política de tolerância zero, mas não foi bem isso porque o que realmente aconteceu foi que a Suprema Corte, o STF de lá, resolveu permitir o aborto nos hospitais públicos(vide Freakonomics, Dubner,S./Levitt,S da ed.Campus, 2007), desde a década de 70. Mas por que falei nisso, bem, todo mundo vive apontando aquele movimento de tolerância zero como realmente eficaz, mas o que volto a insistir na mesma tecla sempre que alguém me aparece com esse argumento: a política de tolerância zero serviu para mostrar aos futuros candidatos a retornar ao caos que existe poder público constituído e que qualquer manifestação contrária à ordem não será tolerada. Pois bem, a redução da criminalidade foi obtida na ação tomada pela Suprema Corte, e a lógica é bem simples: os marginais são indivíduos que, na sua maioria, não eram pretendidos ou queridos pelos seus genitores, e nasceram porque seus pais não tinham recursos para encarar na ilegalidade uma ação abortiva, ou a mulher tinha medo e na hora do nascimento iria tentar resolver o problema, pois aquela gestação foi resultado de uma aventura numa noitada. Aquela criança, a mãe, geralmente, não queria. Conclusão: o menor crescia conforme a lei natural das espécies.
Quantas vezes vimos menores de 14 anos grávidas, e o que acontecerá com o bebê que carrega na barriga.
Em resumo, o que aconteceu aqui nos arredores desse balneário foi: incompetência das autoridades, geralmente a classe política, que não soube ou não pretendia resolver esse problema. Mas...e o envolvimento dos policiais? Com a evolução dos acontecimentos e os exemplos deixados pelos primeiros transgressores criou-se um mecanismo de impotência ou simples acomodação nos quadros policiais, onde muitos se desviaram de suas atribuições e...salve-se quem puder, quero garantir o meu, e o resto, bem o resto não é comigo. Nesse princípio a ex-Ministra Marta conhece bem. Enquanto isso, outros exemplos foram mostrados, o policial não se desviava de suas obrigações, e o que acontecia: era eliminado numa emboscada, geralmente dando a entender que fora feita apenas por marginais, e quantas vezes próximo às suas residências ou familiares. Outros fatos também colaboravam para esse crescimento: os escândalos escancarados pela imprensa nas novelas escritas pela classe política, a maior parte delas vindas do Planalto Central, onde o paradoxo da imunidade parlamentar é escrachado como impunidade parlamentar. E disso os policiais foram também submetidos àquele exercício da lei natural das espécies. Aliás, hoje em dia, a imensa maioria dos brasileiros é composta por imbecis ou escroques, consequência natural daquela mesma lei.
Alguém tem alguma posição a fim de que possamos reduzir ao mínimo tolerável o que ocorre neste país que tinha tudo para ser um dos ou até o primeiro do planeta, a ponto de até sermos engolidos pela turba ignara.